domingo, 18 de novembro de 2007

Enigma


Este livro (imagem acima), escrito por Michael Ende, intitulado Momo e o Senhor do Tempo é uma excepcional obra-prima da literatura. Outra obra também de conhecimento público e tão excepcional quanto Momo é A História Sem Fim (do mesmo autor), que foi ridiculamente transformada em filme. Momo é uma garotinha simples que possui uma habilidade especial - saber ouvir. Quantos de nós sabemos ouvir? Não no sentido da audição em si, mas demonstrando interesse pelo que ouvimos, na medida de sermos capazes de não interromper a fala do outro ou os sons naturais. Quando alguém desabafa seus medos, somos capazes de ouvi-los de forma que esse alguém se sinta mais aliviado e confortado? Ao ouvirmos o som da chuva, somos capazes de distinguir a beleza e o encanto de tal som? E o som das plantas se movendo? Somos capazes de entendê-los? A música da vida, nós conseguimos ouvi-la? Difícil responder, mas Momo consegue tudo isso e mais além. O livro é uma fábula, um conto-romance que encanta tanto crianças como adultos.
O livro, além de rica ilustração da capa e de instigante conteúdo, contém uma maravilhosa aula de como o ser humano deveria usar o seu tempo. Não é nem de longe um livro de auto-ajuda, mas que liberta o pensamento e nos faz refletir sobre a vida e como gastamos nosso tempo com ela.
Deixo aqui um enigma descrito no livro e que liberou meu pensamento mostrando-me caminhos que eu conhecia, mas que não me eram, até o momento, interessantes.
*
"Moram numa casa três parentes,
ou melhor, três irmãos diferentes.
Mas cada um se parece com os outros dois.
O primeiro não está, só vai chegar depois.
O segundo não está, já foi embora.
Só o terceiro está em casa agora.
Sem ele não haveria os outros no mundo.
E ele existe porque o primeiro vira o segundo.
Se você olhar bem não vai ver o terceiro,
só vai enxergar o segundo ou o primeiro.
Então me diga: serão os três apenas um?
Ou serão dois, ou até nenhum?
Esses senhores são os três governantes
de um mesmo reino, dos mais importantes,
e que é eles mesmos além dos mais.
Dentro desse reino eles são iguais."
Autor: Michael Ende
*
Perguntas:
  1. Qual irmão só vai chegar em casa depois?
  2. Qual irmão já foi embora?
  3. Qual está em casa agora?
  4. O que significa: "E ele existe porque o primeiro vira o segundo."?
  5. E a frase: "Se você olhar bem não vai ver o terceiro, só vai enxergar o segundo ou o primeiro."?
  6. Qual é o grande reino que os três governam juntos?
  7. O que significa "...e que é eles mesmos?"
  8. Que casa é essa em que mora os três irmãos?
Aguardo as respostas nos comentários vindouros.
*
Fiquem bem!
***
PS.: Respostas na próxima postagem do Labirinto.
Por Bruxinhachellot

13 comentários:

AnaLua disse...

1) O futuro
2) O passado
3) O presente
4) O presente existe porque o futuro vira passado... Significa que de concreto e palpável só existe o momento presente. O futuro, quando chega, não é mais futuro, é presente, mas em seguida vira passado, só ficando o presente.
5) Olhando bem não vemos o presente porque temos o péssimo hábito adquirido de só olhar pro passado, com o pensamento num eterno "se", eu particularmente começo a ficar preocupada quando minhas conversas são conjugadas no futuro do pretérito ou no futuro do presente... Não enxergamos o futuro também mas vivemos para ele, nos projetando. Lembra aquele versinho: "a felicidade está sempre onde a pomos, nunca a pomos onde estamos".
6) O tempo
7) Não sei...
8) Pode ser na mente, pode ser no coração.

a-mei esse post, bruxinha!

Bjuxxxxxx

jguerra disse...

Bem, acho que a analua descobriu... eu ainda pensando, deveria ter aberto os comentários depois.
belo texto sem dúvida.
A casa seria nós, o eu absoluto que contém presente, passado e futuro.
Um abraço

DE-PROPOSITO disse...

Momo é uma garotinha simples que possui uma habilidade especial - saber ouvir. Quantos de nós sabemos ouvir?
-------------
Saber ouvir, para alguns é uma profissão, e é daí que retiram o seu sustento. Mas mesmo esses, em determinados momentos perdem a paciência para ouvir (o que não deviam).
Com o passar dos anos tornamo-nos insensíveis, e as coisas que na juventude nos faziam impressão, tornam-se coisas, quase banais.
Fica bem.
Felicidades
Manuel

Ricardo Rayol disse...

sim, muito instigante esse enigma, mas acho que a analua matou a charada. a perguntaq ue ela não respondeu acredito que seja nós.

Dulce Miller disse...

Adorei a dica do livro, Bruxinha! Já fiquei doida pra procurar e ler ele todo!!!
Ah, sou péssima com enigmas!!!

Beijussssssssssssss

Fragmentos Betty Martins disse...

Olá:)minha querida


___________o "Momo" é um livro muito importante para mim_________todos o deveriam de ler:))

_______quanto às perguntas já estão respondidas__________e muito bem


"Ouvi,gente, o que temos para dizer
Cinco para as doze já ouvimos bater.
Por isso despertai e tomai alento,
Pois estão-vos a roubar o vosso tempo.

Ouvi, gente, do que estamos a falar:
Não vos deixeis mais atormentar!
Vinde no domingo por volta das três,
E a liberdade estará de novo com vocês"!

(página 90 do livro "Momo")

BeijO

Anônimo disse...

Pelo teu entusiasmo com o livro, confesso que deu vontade de adquirir um. Vou procurá-lo nas livrarias daqui e fazer a aquisição.

Acredito que a Analua tenha respondido às indagações. Por sinal, com muita propriedade.

Deixo-te pétalas perfumadas e um superbeijo no coração.

Anônimo disse...

Poizz é...eu pensei cá comigo, acho que já descobri, mas não vou falar p'ra deixar o pessoal pensando tammbém, vou largar alguma dica, assim meio subjetiva, p'ra Bruxinha sacar que eu saquei...maaaaasss...hehehehe!...

...Mas valeu esta dica, dona Cláudia Valéria! Não tive a oportunidade de ler este trabalho, mas te digo que A História Sem Fim, o filme, ainda cumpriu seu papel, apesar de hoje nos parecer realmente bastante fraco...mas a mensagem ainda está lá, p'ra quem quiser ver...

Qüanto ao Tempo, especificamente, deixo com a palavra dom Jayme Caetano Braun...

´´...Do Tempo

O tempo vai repontando

O meu destino pagão

Vou tenteando o chimarrão

Da madrugada clareando

Enquanto escuto estralando

O velho brasedo vivo

Nesse ritual primitivo

Sempre esperando, esperando...

É a sina do tapejara

Nós somos herdeiros dela

Bombear a barra amarela

Do dia quando se aclara

Sentir que a mente dispara

Nos rumos que o tempo traça

Eu me tapo de fumaça

E olho o tempo veterano

Entra ano e passa ano

Ele fica a gente passa

Que viu o tempo passar

Há muita gente que pensa

Mas é grande a diferença

Ele não sai do lugar

A gente que vive a andar

Como quem cumpre um ritual

É o destino do mortal

É o caminho dos mortais

Andar e andar nada mais

Contra o tempo, sempre igual.







Tempo é alguém que permanece

Misterioso impenetrável

Num outro plano imutável

Que o destino desconhece

Por isso a gente envelhece

Sem ver como envelheceu

Quando sente aconteceu

E depois de acontecido

Fala de um tempo perdido

Que a rigor nunca foi seu.

Pensamento complicado

Do índio que chimarreia

Bombeando na volta e meia

Do presente no passado

Depois sigo ensimesmado

Mateando sempre na espera

O fim da estrada é a tapera

O não se sabe do eterno

Mas a esperança do inverno

É a volta da primavera.

Os sonhos são estações

Em nossa mente de humanos

Que muitas vezes profanos

Buscamos compensações

Na realidade as razões

Onde encontramos saída

Nessa carreira perdida

Que contra o tempo corremos

Já que, a rigor, não sabemos

O que haverá além da vida.

Dentro das filosofias

Dos confúcios galponeiros

Domadores, carreteiros



Que escutei nas noites frias

Acho que a fieira dos dias

Não vale a pena contar

E chego mesmo a pensar

Olhando o brasedo perto

Que a vida é um crédito aberto

Que é preciso utilizar.

Guardar dias pro futuro

É sempre a grande tolice

O juro é sempre a velhice

E de que adiante este juro

Se ao índio mais queixo duro

O tempo amansa no assédio

Gastar é o melhor remédio

No repecho e na descida

Porque na conta da vida não adianta saldo médio!...´´´


Ouve a poesia aqui neste link! : http://rapidshare.com/files/71417004/Jayme_Caetano_Braun_-_Paisagens_Perdidas_-_05_-_Do_Tempo.mp3.html


´´...A esperança do inverno é chegar a primavera...´´

maria inês disse...

passei para deixar um olá!

livia soares disse...

Olá, Bruxinha.
Parece-me que "Momo" também virou filme. Pelo que me lembro, ficou bem melhor que "A História Sem Fim", mas como faz muito tempo que vi os dois, precisaria revê-los para ter uma opinião definida atualmente. Se vc tiver notícia de "Momo", o filme, avise-me; estou interessada em revê-lo, depois de ler sua postagem sobre o livro (também me deu vontade de ler o livro, paralelamente à sessão de cinema e depois comparar os dois). Apareça lá no meu blog, vc é sempre bem-vinda.
Um abraço.

Marco disse...

O livro tem todo jeito de ser MUITO bom. A capa é esplêndida.
E palmas para a analua! Matou a pau a charada. Deu um show de pespicácia.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

®efeneto disse...

No silêncio compacto
das sete da manhã
assustei os pardais
para ver nascer o sol.
Na rocha onde me sentei
a brisa de nordeste
castigou-me o tronco nu
mas ali fiquei
até o grito me surpreender.

Porque me vieste ver
círculo alaranjado
até te tornares branco??
Já sei,
para me lembrares que está na hora,
de desejar um bom fim de semana aos amigos

Maria Laura disse...

Fiquei muito curiosa em relação ao livro. Não tenho mesmo jeito para essas perguntas mas parece-me que a resposta da analua faz todo o sentido.
Obrigada pela visita.