sábado, 24 de novembro de 2007

Cabelos Brancos


Sedosos, anelados e brancos como as nuvens num amanhecer ingênuo
Entrelaçam sonhos e razões inconseqüentes
São almas envelhecidas e sábias que a um velho cajado apóia
Espreitando pelas frestas do infinito e regando as tenras sementes
Sorvendo o tempo como deuses revestidos de glória

Revoltos, lisos e brilhantes como a luz da Lua refletida no mar
Embaraçam caminhos e segredos irrevelados
São idéias perdidas e ilusórias que a um homem devora
Escondendo suas mágoas e enterrando sentimentos calejados
Transpirando as lágrimas como a água que da terra evapora

Aprumados, crespos e fortalecidos como a terra molhada pela chuva
Enlaçam metas e conhecimentos profundos
São vivências assumidas e gravadas no labirinto da memória
Exigindo seus valores e soerguendo vitórias por todos os mundos
Exalando coragem como os grandes heróis da história

Autora: Bruxinhachellot
***
Respostas ao enigma da postagem anterior:
  1. O futuro.
  2. O passado.
  3. O presente.
  4. O presente só existe porque o futuro vira passado.
  5. Existe só o presente, ou só o passado e futuro. Ou nenhum, pois só existe se existirem os outros dois.
  6. O tempo.
  7. O tempo.
  8. O mundo.

Fiquem bem!

Por Bruxinhachellot

domingo, 18 de novembro de 2007

Enigma


Este livro (imagem acima), escrito por Michael Ende, intitulado Momo e o Senhor do Tempo é uma excepcional obra-prima da literatura. Outra obra também de conhecimento público e tão excepcional quanto Momo é A História Sem Fim (do mesmo autor), que foi ridiculamente transformada em filme. Momo é uma garotinha simples que possui uma habilidade especial - saber ouvir. Quantos de nós sabemos ouvir? Não no sentido da audição em si, mas demonstrando interesse pelo que ouvimos, na medida de sermos capazes de não interromper a fala do outro ou os sons naturais. Quando alguém desabafa seus medos, somos capazes de ouvi-los de forma que esse alguém se sinta mais aliviado e confortado? Ao ouvirmos o som da chuva, somos capazes de distinguir a beleza e o encanto de tal som? E o som das plantas se movendo? Somos capazes de entendê-los? A música da vida, nós conseguimos ouvi-la? Difícil responder, mas Momo consegue tudo isso e mais além. O livro é uma fábula, um conto-romance que encanta tanto crianças como adultos.
O livro, além de rica ilustração da capa e de instigante conteúdo, contém uma maravilhosa aula de como o ser humano deveria usar o seu tempo. Não é nem de longe um livro de auto-ajuda, mas que liberta o pensamento e nos faz refletir sobre a vida e como gastamos nosso tempo com ela.
Deixo aqui um enigma descrito no livro e que liberou meu pensamento mostrando-me caminhos que eu conhecia, mas que não me eram, até o momento, interessantes.
*
"Moram numa casa três parentes,
ou melhor, três irmãos diferentes.
Mas cada um se parece com os outros dois.
O primeiro não está, só vai chegar depois.
O segundo não está, já foi embora.
Só o terceiro está em casa agora.
Sem ele não haveria os outros no mundo.
E ele existe porque o primeiro vira o segundo.
Se você olhar bem não vai ver o terceiro,
só vai enxergar o segundo ou o primeiro.
Então me diga: serão os três apenas um?
Ou serão dois, ou até nenhum?
Esses senhores são os três governantes
de um mesmo reino, dos mais importantes,
e que é eles mesmos além dos mais.
Dentro desse reino eles são iguais."
Autor: Michael Ende
*
Perguntas:
  1. Qual irmão só vai chegar em casa depois?
  2. Qual irmão já foi embora?
  3. Qual está em casa agora?
  4. O que significa: "E ele existe porque o primeiro vira o segundo."?
  5. E a frase: "Se você olhar bem não vai ver o terceiro, só vai enxergar o segundo ou o primeiro."?
  6. Qual é o grande reino que os três governam juntos?
  7. O que significa "...e que é eles mesmos?"
  8. Que casa é essa em que mora os três irmãos?
Aguardo as respostas nos comentários vindouros.
*
Fiquem bem!
***
PS.: Respostas na próxima postagem do Labirinto.
Por Bruxinhachellot

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Desafio ao Blogueiros - 8 Comentários


A blogosfera está inundada de memês, mimos, premiações e afins. Tive a idéia de criar um desafio ao blogueiros. Cada blog desafiará 8 blogs à postar os comentários pessoais feitos em 8 blogs. Como assim? Quando lemos um texto em um blog nos identificamos com ele ou simplesmente achamos por bem comentar. Esses comentários, sejam eles criativos, inusitados, de humor ou que saiam do fundo da alma, serão postados em seu blog. Será um total de 8 (oito) comentários pessoais, um para cada blog. Ao lado de cada comentário, escrever o título do texto (se houver) e o nome do blog ou endereço onde foi feito o comentário. Segue abaixo os 8 comentários que fiz em 8 blogs.

  • Ficamos cansados de ser aquilo que não somos, de fazer aquilo que não desejamos e de viver a verdade que não construímos. => http://anjodemonio.blogspot.com
  • Um mundo sem leitura é um mundo seco e deserto de sentimentos e conhecimentos... A leitura une pensamentos e torna menos distante o mundo em que vivemos. => Leia-se o mundo - http://desambientado.blogspot.com/
  • Há dentro de nós um grito inconsciente de viver como qualquer pessoa, sem restrições e abandono. Não ser mais um excluído e viver plenamente feliz. => Onde não há natal - http://poemasdeandreluis.blogspot.com
  • Um sonho de mágicos encantos onde um sorriso sai da cartola e se espalha a todos os olhares admirados por tão explêndido espetáculo. => O Mágico - http://profeciaeterna.blogspot.com
Passo o desafio aos blogs descritos acima, ao lado de cada comentário.

Fiquem bem!

Por Bruxinhachellot

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ciranda


"É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também.
É uma dança comunitária que não tem preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes, assim como não há limite para o número de pessoas que dela podem participar. Começa com uma roda pequena que vai aumentando, a medida que as pessoas chegam para dançar, abrindo o círculo e segurando nas mãos dos que já estão dançando. Tanto na hora de entrar como na hora de sair, a pessoa pode fazê-lo sem o menor problema. Quando a roda atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outra menor no interior da roda maior.
Os participantes são denominados de cirandeiros e cirandeiras, havendo também o mestre, o contra-mestre e os músicos, que ficam no centro da roda. Voltados para o centro da roda, os dançadores dão-se as mãos e balançam o corpo à medida que fazem o movimento de translação em sentido anti-horário. A coreografia é bastante simples: no compasso da música, dá-se quatro passos para a direita, começando-se com o pé esquerdo, na batida forte do bombo, balançando os ombros de leve no sentido da direção da roda. Há cirandeiros que acompanham esse movimento elevando e baixando os braços de mãos dadas. O bombo ou zabumba, mineiro ou ganzá, maracá, caracaxá (espécie de chocalho), a caixa ou tarol formam o instrumental mais comum de uma ciranda tradicional, podendo também ser utilizados a cuíca, o pandeiro, a sanfona ou algum instrumento de sopro.
O mestre cirandeiro é o integrante mais importante da ciranda, cabendo a ele "tirar as cantigas" (cirandas), improvisar versos, tocar o ganzá e presidir a brincadeira. Ele utiliza um apito pendurado no pescoço para ajudá-lo nas suas funções. O contra-mestre pode tocar tanto o bombo quanto a caixa e substitui o mestre quando necessário. As músicas podem ser as já decoradas, improvisadas ou até canções comerciais de domínio público transformadas em ritmo de ciranda. Pode-se destacar três passos mais conhecidos dos cirandeiros: a onda, o sacudidinho e o machucadinho. Alguns dançarinos criam passos e movimentos de corpo, mas sempre obedecendo a marcação que lhes impõe o bombo. Não há figurino próprio. Os participantes podem usar qualquer tipo de roupa e a ciranda é dançada durante todo o ano."

Uma das cirandas mais conhecidas é a de Antônio Baracho da Silva:

Estava
Na beira da praia
Ouvindo as pancadas
Das águas do mar

Esta ciranda
Quem me deu foi Lia
Que mora na ilha
De Itamaracá

Por Bruxinhachellot.