quinta-feira, 19 de junho de 2008

Se minha rua falasse...


Como em um sonho me ponho a olhar a rua que foi minha amiga de brincadeiras, minha arca do tesouro e minha confidente em meus tempos de infância. Não havia amiga mais devotada. Quando saía de casa, descendo correndo as escadas era ela que vinha me receber com seus mistérios, seus ruídos, seus cheiros e sabores inconfundíveis.
Em dias de chuva, os pés descalços corriam faceiros pelas calçadas das casas vizinhas e saltitavam nas poças espirrando água pra todo lado. Ao olhar para o meio da rua, veio-me a lembrança do corre-corre das crianças e da gritaria que fazíamos quando algum automóvel se interpunha em nosso pique-bandeira e tínhamos que recuar dando passagem aquele intruso.
Quando a noite se aproximava, sorrateira, eu me sentava no meio fio, com a mão esquerda sob o queixo e olhava para aquele céu estrelado e sorria. O brilho da lua escondia um rosto que muito me intrigava. Não sabia se era de homem ou de mulher, mais imaginava que devia ser alguém poderoso e sábio para ser dono de tanta beleza.
Não era muito de fazer amigos e minha rua sabia disso, tanto que me enviou um amigo invisível para me fazer companhia. Se perguntarem a ela porque agiu desse modo, com certeza diria que sua amizade por mim não tinha limites. Cada uma sabia das deficiências da outra e, assim como ela eu também a ajudei. Houve um inverno em que a chuva foi visitar outras ruas e compadecida da seca que lhe abria feridas eu aliviei seus pesares ao lhe jogar baldes de água.
Minha rua não é uma rua qualquer, sem passado nem história. Ela é parte de mim. Se hoje sou feliz e tenho toda uma bagagem de vida, foi porque minha rua proveu minhas primeiras necessidades sociais, educacionais e fez-me crer em sentimentos verdadeiros.
Essa é uma forma que encontrei para homenagear minha amiga, a rua onde moro e onde sempre morei. O que você sente pela rua onde mora?
Fiquem bem.
Obs: Estou melhorando, mas ainda falta desinchar os dedos. Em breve estarei na ativa.
Por Bruxinhachellot.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Frevo (Estilos Musicais)


"O Frevo é um ritmo pernambucano derivado da marcha e do maxixe. Surgido no Recife no final do Século XIX, o frevo se caracteriza pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevos, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Da junção da capoeira com o ritmo do frevo nasceu o passo, a dança do frevo.A Capoeira é uma luta que influenciou diretamente as origens do Frevo. Até as sombrinhas coloridas seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas. A dança do frevo pode ser de duas formas, quando a multidão dança, ou quando passistas realizam os passos mais difíceis, de forma acrobática. O frevo possui mais de 120 passos catalogados."
"A palavra frevo vem de ferver, por corruptela, frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval, de acordo com o Vocabulário Pernambucano, de Pereira da Costa. Em reconhecimento à importância do ritmo e a sua data de origem, em 09 de Fevereiro de 2007, a Prefeitura da Cidade do Recife comemorou os 100 anos do Frevo durante o carnaval de 2007."

Frevo Mulher

Quantos aqui ouvem
Os olhos eram de fé
Quantos elementos
Amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno
Outros verão
Outonos caindo secos
No solo da minha mão
Gemeram entre cabeças
A ponta do esporão
A folha do não-me-toque
O medo da solidão
Veneno meu companheiro
Desata no cantador
E desemboca no primeiro
Açude do meu amor
É quando o tempo sacode
A cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia
Procurando por um.

Cantor - Zé Ramalho

Obs: Por estar com o braço direito engessado até o fim da próxima semana, não me foi posssível atualizar o Caminho dos Contos.
Acesse o vídeo na parte esquerda da página para ouvir a música Frevo Mulher, antes dê uma pausa no Labirinto Musical.
Fiquem bem!

Por Bruxinhachellot

domingo, 1 de junho de 2008

O Que Escrever?

O que escrever para uma pessoa que a gente gosta e quer bem?
Talvez uma carta ou um bilhete.
Talvez uma linha ou um parágrafo.
Escrever que a admiro ou que me simpatizo com ela?
Não. Não são essas as palavras que devo escrever.
E quais são elas estão?
O que escrever?
Penso e repenso, mas não encontro a solução.
O que fazer para encontrá-la?
Talvez se escrevesse em Inglês ou quem sabe em Japonês.
Mesmo assim não sei o que escrever.
Passei o dia pensando sem achar respostas.
No fim, consegui escrever.
Mas tudo o que consegui foi resumir
as inúmeras palavras em três únicas e verdadeiras:
Eu te amo!

Autoria de Cláudia Valéria Miqueloti (Bruxinhachellot)

Para quem ainda não conhece o novo conto do Caminho dos Contos e tiver interesse de ler é só acessar:
http://caminhodoscontos.blogspot.com/2008/05/piratas-e-fadas-captulo-i-o-baile.html

Por Bruxinhachellot