sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Folha ao vento

Antes eu era submissa
Obediente, privava-me de meus anseios
Em meu sonho de conhecer o mundo.
***
Tão casta como minhas irmãs
Recebia-te como a um primoroso amigo
E quando partias sentia-me secar por dentro.
***
Um dia julguei poder partir contigo
No entanto, a mocidade me traía
Então implorei por uma breve espera.
***
Quando meu tempo de vida se esgotara
Pensei que havias me esquecido
Assim quando das amarras me libertei
Tu vieste e levou-me contigo.

Por Bruxinhachellot.

sábado, 19 de agosto de 2006

Palavras Eternas


Este é um post diferente. Por quê? Bem, porque esse labirinto muda constantemente.
Estou lendo um livro de aventura e humor muito interessante. E resolvi postar algumas frases do autor aqui.
O nome do livro é Guardas! Guardas!, da série Discworld, do autor Terry Pratchett.

"A morte leva muitas coisas embora, especialmente quando chega a uma temperatura alta o suficiente para evaporar ferro, e entre elas estão as nossas ilusões."

"Você tem o direito de permanecer calado.Você tem o direito de não se ferir ao cair das escadas a caminho da cela. Você tem o direito de não pular de janelas altas. Você não tem que dizer nada, sabe, mas qualquer coisa que você disser, bom, eu terei que anotar e isso poderá ser usado em testemunho."

"Se havia algo que o deprimia mais que o seu próprio cinismo, era o fato de frequentemente não conseguir ser tão cínico quanto a própria vida."

"Estava pensando num homem correndo. E, mais atrás, nas neblinas inebriadas da sua vida, um menino tentava alcançá-lo."

Muitas vezes lemos um livro só por lazer e nos esquecemos dele após algum tempo. Mesmo que um texto possa não ser considerado uma obra prima no contexto literário, ainda assim podemos retirar dele alguma lição, alguma mensagem.
Quando postamos um texto em nosso blog esperamos por um comentário. Às vezes recebemos comentários edificantes, instrutivos e elogiosos, outras recebemos críticas, até ofensas. Não importa se não agradamos a todos, o que realmente importa é que fizemos nosso papel de transmitir o pensamento, o conhecimento, as idéias e opiniões.
Tendo lido bastante por aí, percebi que a escrita toma formas distintas e ramificadas. Algumas são grandes lições de vida, outras um desabafo da alma. Ainda tem as que nos inspiram a escrever mais e mais e, outras que apesar de não conter palavras, expõe a sua menagem de forma engrandecedora.
Neste livro selecionei frases que me fizeram pensar em coisas concretas, não ilusórias. Frases que por si só já pagaram o custo do volume.
"Palavras sopradas pelos lábios podem se dissolver no ar, enquanto as palavras escritas na alma podem durar uma eternidade." Por mim.

Por Bruxinhachellot.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Lady of Shalott

Lady of Shalott

Lady de Shalott Lady de Shalott é uma história onde a paixão pela vida evoca a morte. A pobre Lady é amaldiçoada a nunca poder olhar diretamente para fora de sua janela. Ela podia, contudo, ver o mundo através de um espelho. Destinada a passar sua vida longe da humanidade, ela imagina as imagens que vê no seu espelho o dia todo.
De dentro do quarto, ela vê as “sombras do mundo”.
Quando o belo cavaleiro Sir Lancelot passa pela janela de Shalott, ela sente algo avassalador. Apaixonada, esquece da sua maldição e olha diretamente para Camelot, e tem uma rápida visão de Lancelot. O espelho racha e a desgraça cai sobre ela. Lady de Shalott vai para o rio e encontra um barco. Ela solta a embarcação e desce a correnteza. Enquanto ela desce o rio em direção a Camelot, ela canta uma canção. Seu sangue vai congelando e leva a moça a uma triste morte. O barco encontra seu caminho pelas margens de Camelot, que são tomadas pelos curiosos. Eles vêem que seu nome está escrito na frente do barco. No meio da multidão, está Sir Lancelot. Sem saber o que tinha acontecido, Lancelot olha para ela e diz "Ela tem um amável rosto, Deus na sua piedade dá-lhe a graça, a Lady de Shalott".

Essa é uma história de amor sofrido com um final trágico. Muitas foram as histórias que terminaram inesperadamente, seja por causa da classe social, seja pela inveja ou pelo ódio. Nos dias atuais o amor também sofre essas influências, mas acaba com a separação de corpos e raramente com a morte.

Abaixo segue a letra de uma música que adoro imensamente.

Loreena McKennitt - The Lady Of Shalott

On either side of the river lie
Long fields of barley and of rye,
That clothe the wold and meet the sky;
And thro' the field the road run by
To many-towered Camelot;
And up and down the people go,
Gazing where the lilies flow
Round an island there below,
The island of Shalott.
 
Willows whiten, aspens quiver,
Little breezes dusk and shiver
Thro' the wave that runs for ever
By the island in the river
Flowing down to Camelot.
Four grey walls, and four grey towers,
Overlook a space of flowers,
And the silent isle embowers
The Lady of Shalott.
 
Only reapers, reaping early,
In among the bearded barley
Hear a song that echoes cheerly
From the river winding clearly
Down to tower'd Camelot;
And by the moon the reaper weary,
Piling sheaves in uplands airy,
Listening, whispers "'tis the fairy
The Lady of Shalott."
 
There she weaves by night and day
A magic web with colours gay,
She has heard a whisper say,
A curse is on her if she stay
To look down to Camelot.
She knows not what the curse may be,
And so she weaveth steadily,
And little other care hath she,
The Lady of Shalott.
 
And moving through a mirror clear
That hangs before her all the year,
Shadows of the world appear.
There she sees the highway near
Winding down to Camelot;
And sometimes thro' the mirror blue
The knights come riding two and two.
She hath no loyal knight and true,
The Lady Of Shalott.
 
But in her web she still delights
To weave the mirror's magic sights,
For often thro' the silent nights
A funeral, with plumes and lights
And music, went to Camelot;
Or when the moon was overhead,
Came two young lovers lately wed.
"I am half sick of shadows," said
The Lady Of Shalott.
 
A bow-shot from her bower-eaves,
He rode between the barley sheaves,
The sun came dazzling thro' the leaves,
And flamed upon the brazen greaves
Of bold Sir Lancelot.
A red-cross knight for ever kneel'd
To a lady in his shield,
That sparkled on the yellow field,
Beside remote Shalott.
 
His broad clear brow in sunlight glow'd;
On burnish'd hooves his war-horse trode;
From underneath his helmet flow'd
His coal-black curls as on he rode,
As he rode down to Camelot.
From the bank and from the river
he flashed into the crystal mirror,
"Tirra Lirra," by the river
Sang Sir Lancelot.
 
She left the web, she left the loom,
She made three paces thro' the room,
She saw the water-lily bloom,
She saw the helmet and the plume,
She looked down to Camelot.
Out flew the web and floated wide;
The mirror cracked from side to side;
"The curse is come upon me," cried
The Lady of Shalott.
 
In the stormy east-wind straining,
The pale yellow woods were waning,
The broad stream in his banks complaining.
Heavily the low sky raining
Over towered Camelot;
Down she came and found a boat
Beneath a willow left afloat,
And round about the prow she wrote
The Lady of Shalott
 
And down the river's dim expanse
Like some bold seer in a trance,
Seeing all his own mischance -
With a glassy countenance
Did she look to Camelot.
And at the closing of the day
She loosed the chain and down she lay;
The broad stream bore her far away,
The Lady of Shalott.
 
Heard a carol, mournful, holy,
Chanted loudly, chanted lowly,
Till her blood was frozen slowly,
And her eyes were darkened wholly,
Turn'd to towered Camelot.
For ere she reach'd upon the tide
The first house by the water-side,
Singing in her song she died,
The Lady of Shalott.
 
Under tower and balcony,
By garden-wall and gallery,
A gleaming shape she floated by,
Dead-pale between the houses high,
Silent into Camelot.
Out upon the wharfs they came,
Knight and burgher, lord and dame,
And round the prow they read her name,
The Lady of Shalott.
 
Who is this? And what is here?
And in the lighted palace near
Died the sound of royal cheer;
And they crossed themselves for fear,
All the knights at Camelot;
But Lancelot mused a little space
He said, "She has a lovely face;
God in his mercy lend her grace,
The Lady of Shalott."


Por Bruxinhachellot.



quarta-feira, 16 de agosto de 2006

sábado, 12 de agosto de 2006

Lágrimas da Mãe Mundo


"Em teu sonho um anjo vem dizer
Que as estrelas tem sono e vão dormir
A mão rosa da aurora e a luz do sol
Parecem dizer acorda menina
Outro dia ja vem

Rios de gente
Nuvens de fumaça
Que escondem a luz da manhã
Rugem os motores
Da grande cidade
E abafam a canção dos pardais

O mundo é tão grande assim
Não pode caber
Nas maos pequenas do amor
Que carregam a cada dia
Pequeninas sementes
Nos sonhos humildes
Que a cidade grande escondeu
Na sombra dos arranha céus

Outro dia ja foi e você vem
Traz pra casa os sonhos que teceu
Mas se o mundo girar e o céu cair
O que vai restar saber resistir
Imune aos vendavais
Volta pra casa
De novo aos meus braços
Esquece o que o mundo te faz

Vem que eu te ponho no colo
Te conto uma historia
Te faço dormir

O mundo é pequeno demais pra conter
A imensidão do amor
As lágrimas da estrela mãe
Oceano infinito
Que aos poucos abre fendas
Nos coracões de pedra
Nos muros desse velho mundo."

Lágrimas da Mãe Mundo - Sagrado Coração da Terra

Minha mente estava as voltas com pensamentos a respeito do nosso devastado mundo, então resolvi postar essa música que diz tudo aquilo que queria expressar.

Por Bruxinhachellot.

sábado, 5 de agosto de 2006

A Roda da Vida


A Terra gira ao redor do Sol e a Lua ao redor da Terra num eterno bailar incessante.
A superfície da Grande Esfera desperta, sobrevive e adormece todos os dias até que não haja mais despertar.
O Tempo joga seu feitiço fazendo com que giremos como um carrossel.
Gerações cultuam as mesmas tradições e poucos são os rebelados que almejam e lutam por mudanças.
Amanhecer, entardecer e anoitecer. Vão-se os dias, os meses, os anos e o elo se mantém.
Vivemos um ritual contínuo e nos mantemos ignorantes por opção.
Pensamos muito num caminho a percorrer e ficamos dando voltas e mais voltas sem sair do lugar.
Na vida somos mais que espectadores diante de um picadeiro. Nem tudo deve ser aplaudido.
O espetáculo mais importante é o nascimento que se renova a cada despedida.

Por Bruxinhachellot.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Crescimento e Libertação


A semente acariciada pelos raios do sol e banhada pelas lágrimas da chuva vai lentamente despertando para a vida.
Timidamente ela ergue seus braços como uma criança pedindo colo. Em seguida, percebe que pode se firmar sozinha e vibra de emoção.
Num momento era um pequenino ser, agora vê-se majestosa e confiante.
Como uma anfitriã dedicada oferece seus galhos para que criaturas aladas possam fazer seus ninhos.
Uma nova transformação ocorre em seu íntimo e ela percebe que guarda dentro de si uma luz misteriosa.
Ao acordar, após uma noite incômoda, percebe que seu esforço não fôra em vão. Lá estão eles, os frutos nascidos de seu ventre.
Grandes amigos vem parabenizá-la pelo milagre. O Sol que a tudo aquece, a Brisa que refresca seu corpo e a Chuva que agora banha os inocentes frutos, que um dia servirão para alimentar seus inquilinos e viajantes esgotados.
Muito tempo se passou e ela teria que se curvar ao peso da foice, mas sabia que seu tempo de vida fôra sublime e que deixaria uma herança para novas gerações.
Nem tudo dura para sempre, no entanto, tudo o que vivemos deve ser bem aproveitado e, quando a foice vier com suas mãos calejadas de serviços prestados, estaremos tranquilos e felizes por deixar uma parte de nós continuar a trilhar o caminho.
Nossa tarefa foi realizada mesmo que nossos frutos não tenham sido gerados, mas ainda assim, fomos pioneiros em sobreviver e lutar por um mundo melhor.

Por Bruxinhachellot.