sexta-feira, 12 de abril de 2019

RESENHA: A GAROTA NO GELO - ROBERT BRYNDZA


Ano: 2016 / Páginas: 336
Idioma: português 
Editora: Gutenberg

SINOPSE:


Seus olhos estão arregalados… Seus lábios estão entreabertos… Seu corpo está congelado… Mas ela não é a única.

Quando um jovem rapaz encontra o corpo de uma mulher debaixo de uma grossa placa de gelo em um parque ao sul de Londres, a detetive Erika Foster é chamada para liderar a investigação de assassinato.

A vítima, uma jovem e bela socialite, parecia ter a vida perfeita. Mas quando Erika começa a cavar mais fundo, vai ligando os pontos entre esse crime e a morte de três prostitutas, todas encontradas estranguladas, com as mãos amarradas, em águas geladas nos arredores de Londres.

Que segredos obscuros a garota no gelo esconde? Quanto mais Erika está perto de descobrir a verdade, mais o assassino se aproxima dela.

Com a carreira pendurada por um fio depois da morte de seu marido em sua última investigação, Erika deve agora confrontar seus próprios demônios, bem como um assassino mais letal do que qualquer outro que já enfrentou antes.

Crime / Ficção / Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério

MINHA RESENHA:


O Poder Corrompe

O livro nos apresenta um prólogo pra lá de chocante. Uma garota é encontrada morta em um lago congelado. Andrea Douglas-Brown é a filha amada de uma família poderosa. Para ela, tudo foi muito fácil, pois tinha tudo o que queria e assim, como os irmãos era protegida pelos pais. Só que ao contrário deles, Andrea foi brutalmente assassinada e jogada fora. 

A Detetive Inspetora Chefe Erika Foster foi chamada para trabalhar na Delegacia de Polícia Lewisham Row em Londres e é ela que fica responsável pela investigação da morte de Andrea. No início, achei estranho a atuação da detetive, pois parecia ser uma policial iniciante, fazendo um monte de coisa errada. Com o tempo, ela se torna uma personagem de fibra e que defende a vitima seja ela quem for.
Gostei da atitude dela ao lidar com os policiais de sua equipe e como acabou sendo admirada por muitos deles.

Erika tenta por várias vezes elucidar o assassinato de Andrea sem sucesso. Suas fontes são consideradas fracas e suas suspeitas não possuem bases sólidas. O maior empecilho ao seu trabalho é o próprio pai da garota, Sir Simon Douglas-Brown que não quer que as pessoas saibam sobre os podres de sua nobre família, mesmo sabendo que era para prender o assassino de sua amada filha. A família toda é esquisita. O poder do qual estão acostumados a exercer e receber faz com que achem que podem impedir a polícia de trabalhar do seu próprio jeito. Outro empecilho é o detetive Sparks. Policial da mesma delegacia que antes de Erika chegar estava encarregado do caso. O cara é um pé no saco e um canalha que acha que as mulheres são vadias ou putas e devem abaixar a cabeça para ele, uma autoridade.

Com o tempo, a investigação vai tomando novos rumos e somos apresentados a outros personagens: o noivo de Andrea, amigos íntimos da garota e aos seus amantes. Quem deles seria capaz de matar a garota? Quem teria conhecimento de algum fato que poderia ajudar na investigação? Quem estaria escondendo segredos? 

A trama vai se complicando até que novas vitimas aparecem. De um lado Erika Foster quer descobrir quem matou Andrea e colocá-lo atrás das grades, do outro seu próprio chefe cria barreiras por causa de uma família poderosa que não quer que a mídia fale dos pecados de sua filhinha ou deles mesmo. 

O perigo começa a perseguir Erika e é quando ela age brilhantemente criando uma situação para pegar o assassino e descobrir o motivo da morte de Andrea. Aí o castelo de cartas começa a desabar e os podres começam a vazar pra todo lado. O final foi tenso, mas muito bom.

Foi um ótimo livro, apesar de não ter gostado muito do início. 

Recomendo.

💔💛💛💛

RESENHA NACIONAL: VIOLET - GIULIANA SPERANDIO



Ano: 2018 / Páginas: 320
Idioma: português 
Editora: The Books Editora


SINOPSE:

Ela só queria fugir do seu passado e recomeçar uma nova vida. Os ventos do destino a levaram para o coração de uma cidadezinha pitoresca chamada Holambra, onde a esperança tem cheiro de flores. Ele é um viúvo que perdeu o seu grande amor, vivia apenas por sua filha e tinha perdido a fé em recomeços.

Duas histórias que se encontram, dois corações marcados por dores. Seriam eles capazes de enxergar os planos do destino para suas vidas?

O perdão é a chave, a esperança é a porta. Será que eles estariam prontos para atravessá-la juntos?

Drama / Romance


MINHA RESENHA:

Holambra e Violet
A autora Giuliana nos presenteia com uma história de emoções fortes e uma ambientação belíssima. Violet Andrade, a protagonista, viaja de Brasília à São Paulo em busca de sossego para sua alma quebrada. Em Holambra, a cidade das flores, ela encontra mais do que procurava. Encontra novos amigos, um lar, um trabalho que gosta e o amor de um homem que perdera muito em sua vida. 
A pequena Elena, filha de Josef, rouba a cena várias vezes. É uma menina encantadora. Daquela que dá vontade de abraçar, mimar e rir junto.
Gradativamente, à medida que Violet vai vivendo seus dias em Holambra, vamos conhecendo a cidade, seus festivais, suas cores e sabores que nos deixam com uma vontade danada de conhecer a cidade. Seria Holambra real ou mera ficção?
A relação entre Violet e Josef vai aos poucos se aprofundando e se tornando séria.
O espinho de Holambra é Anika, uma mulher com orgulho ferido que nunca teve o amor de Josef, nem sua amizade. Ao ver o novo casal apaixonado, arquiteta um plano para separá-los. Esse tipo de mulher não se valoriza. Ao invés de mostrar suas qualidades, esfrega seus defeitos na cara de todo mundo. Apesar de tudo, vejo ela como uma flor descolorida, com pétalas murchas e que precisaria ser regada para florescer novamente.
Annya é a amiga pra toda hora. Despirocada das ideias, um tufão de emoções consegue criar um ambiente acolhedor para Violet como se fosse sua irmã. 
Tia Betsie é aquela senhora que a gente procura para um abraço quando queremos chorar ou contar nossos mais profundos segredos. Fiquei de água na boca toda vez que ela fazia uma sobremesa ou algum prato típico holandês. Não sei como Violet não engordou. rs

Com o passar do tempo, viemos a conhecer o passado de Violet. As dores, tristezas, sua doação de corpo e alma sem retorno, os maus-tratos, a indiferença, falsidades, desilusões e tanto ódio jogado em cima de sua vida poderiam tê-la destruído. No entanto, ela lutou para sair daquele inferno e tentou recomeçar sua vida. 

Já imaginava um pouco do que ela passou pelos comentários e resenhas do livro, mas ler tudo isso, foi como se estivesse próxima a ela. Assim, não teve como segurar a emoção e as lágrimas escoaram ligeiras. Após tanto sofrimento uma nova chance de viver foi lhe dada. 

Gostei muito dessas história e achei importantíssimo o recado final que a autora deixa para os leitores.

Leitura altamente recomendada.

💚💚💚💚💚


RESENHA: RESTOS HUMANOS - ELIZABETH HAYNES


Ano: 2014 / Páginas: 315
Idioma: português 
Editora: Intrínseca

SINOPSE:

Você conhece bem seus vizinhos? Saberia dizer se eles estão vivos ou mortos?

Ao encontrar por acaso o corpo de uma vizinha em avançado estado de decomposição, Annabel Hayer, que trabalha com análise de informações para a polícia, fica horrorizada ao pensar que ninguém — e isso inclui ela mesma — sentiu falta daquela mulher. De volta ao trabalho, ela vasculha os arquivos policiais e encontra dados que mostram um aumento significativo de casos como aquele nos últimos meses em sua cidade. Conforme aprofunda a investigação, Annabel parece cada vez mais convencida de estar no rastro de um assassino, e é obrigada a enfrentar os próprios demônios e a própria fragilidade. Será que alguém perceberia se ela simplesmente desaparecesse? Um thriller psicológico extremamente perturbador, Restos humanos fala de nossos medos mais obscuros, mostrando como somos vulneráveis — e a facilidade com que vidas podem ser destruídas quando não há ninguém que se importe com elas. 

Literatura Estrangeira / Suspense e Mistério

MINHA RESENHA:

Você sabe dizer se seu vizinho está bem?

Annabel é como muitas pessoas que vivem sozinhas e permanecem sozinhas até no trabalho, mesmo ao lado de muita gente. Ela trabalha na delegacia como analista de informações. No trabalho quase não fala com ninguém a não ser com o chefe. Tem uma mãe idosa que precisa de sua ajuda para fazer compras e nunca está satisfeita com que Annabel faz para ela. Sua única amiga é uma gata chamada Lucy.
Ao sentir um cheiro de podridão quando vai alimentar a gata, Annabel decide descobrir de onde ele vem e acaba por entrar na casa da vizinha. Lá ela encontra algo repugnante e horrível. A mulher estava morta há muito tempo e seu corpo estava em adiantado estado de putrefação. Então, decide ligar para a polícia, mas ninguém a leva a sério. A mulher apenas morreu. Nada indicava um crime.



Annabel então decide fazer algumas pesquisas e descobre que há outras pessoas mortas do mesmo jeito que a vizinha. Será que elas se suicidaram? Deixaram-se morrer de inanição? É tudo muito estranho. Até que algo acontece e ela por pouco não se torna a próxima vitima.
Daí em diante, Annabel com ajuda do repórter Sam vão investigar os casos. A polícia, antes desacreditada dos casos, passa a investigar essas mortes como sendo cometidas por um criminoso. 



A autora não esconde a identidade do criminoso. Pelo contrário, somos apresentados a ele desde o início. As motivações que o fazem levar as vitimas a deixarem de viver, sua satisfação com o êxito e a alegria de vê-las se transformando chegam a dar arrepios na espinha. Seria ele um doente psicopata?



O livro ainda nos mostra o quanto a depressão pode fazer mal a uma pessoa. O quanto sabemos sobre nossos vizinhos? Será que estão bem? Precisam de ajuda? De uma palavra de conforto? Cada vitima conta a sua história e assim podemos perceber que elas desejavam desparecer, deixando o sofrimento para trás.



No final, acabou não sendo o esperado. A autora foi além, deixando aquele quê de continuação no ar. Não de um novo livro, mas de uma nova forma do criminoso agir.



A mente de um criminoso é algo insondável até para os especialistas. Muitas das vitimas que sobreviveram tiveram problemas psicológicos. A própria Annabel ainda guardava muitos receios.



A mente humana pode ser moldada a fazer o que esperam que ela faça se houver uma sugestão. Eu diria que foram crimes psicológicos. Até onde a psicanálise pode ser benéfica ou destrutiva. Lembrei de um drama chinês C.S.I. em que há um assassino que usa a mente para matar. São pessoas super inteligentes que poderiam revolucionar o ramo da psicologia e da psicanálise, mas escolheram se tornar criminosos, mesmo acreditando que não fizeram nada de errado. 



O livro possui partes nojentas, então se você não tiver um estômago forte e sua imaginação te fizer ficar enojada leia aos poucos. Gostei da gata Lucy e do Sam. 


☆☆☆☆
Recomendo.

E você? Já leu? O que achou? Comente.