sábado, 28 de abril de 2007

Olhos Fechados

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Sedosas ondas aneladas cobrem meu rosto
Fecho os olhos devagar e aprecio o contato
Minha mente vagueia por caminhos tranquilos
Uma brisa refrescante me carrega para outro mundo
À minha volta, a densa bruma parece me abraçar
Quase não sinto meus pés tocar o chão
Mantenho os olhos fechados, não quero acordar
Meus sentidos estão aguçados
Ao estender a mão consigo tocar o ar
Suavemente absorvo o perfume madrigal
Aprecio o sabor desconhecido da liberdade
O silêncio envolve-me. Sinto-me em paz
Ainda com os olhos cerrados vejo como é maravilhoso sonhar
E assim, despreendendo-me duma realidade sem sal
Entrego-me à doçura do sonho e dele me alimento
Um balançar suave acaricia minha face
Sem reservas me entrego a esse doce encantamento.

Autora: Bruxinhachellot.
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Uma espécie de transe parece me dominar. Sinto-me atraída pelo sonho e com ele quero estar. Essa é uma forma de relaxamento. Faz com que suavizemos nossos sentimentos e cadenciamos nossas pulsações. Em dias nebulosos prefiro um suave relaxar a um torturante agito. É como olhássemos para dentro de nós e entendêssemos o que nos vai fundo na alma.
Por Bruxinhachellot.

domingo, 22 de abril de 2007

Se viesse...

Se viesse, com certeza te abraçaria
Se viesse, palavras carinhosas ao teu ouvido sussurraria
Se viesse, uma dezena de beijos te daria
Se viesse, só teríamos prazer e alegria

Se viesse, meus segredos te contaria
Se viesse, nenhum desejo teu eu negaria
Se viesse, uma linda canção eu cantaria
Se viesse, um delicioso jantar eu te ofereceria

Se viesse, com ardor te amaria
Se viesse, nenhum desejo teu eu negaria
Se viesse, dos maus momentos te pouparia
Se viesse, de afagos e carinhos te cobriria

Como não vieste, dormi com a solidão.
Autora Bruxinhachellot.
Creio que o lado sombrio de meu labirinto tem se apresentado com maior frequência em minhas palavras. Alguns acontecimentos vem impedindo que o Sol brilhe com intensidade e a Lua tome conta de meus caminhos. Estou em fase de reflexão e tentando entender os acontecimentos e pensamentos que povoam minha mente e minha vida. Mas não se preocupem, pois apesar de amar a Lua também sou filha do Sol e em algum momento ele voltará a brilhar.
Por Bruxinhachellot.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Perdendo as Asas


Um coração atormentado por nefastos sentimentos
Perde o viço, enruga e sangra por dentro
Tudo o que lhe era precioso torna-se vazio
As imagens, antes coloridas, agora são pálidas
Tingidas de cinza, ficam nebulosas e frias
Nenhuma fagulha de esperança e força resistiu a dor
Sozinho, fechou-se para o mundo que não se importou
Esqueceu que era um coração livre e indomável
Aos poucos foi perdendo as asas, não mais voou
Perdeu a noção de espaço, de direção
Passou a vagar sem rumo, tornou-se instável
Um sonâmbulo suspenso pelos ecos da solidão

Autora: Bruxinhachellot.


Por Bruxinhachellot.

domingo, 15 de abril de 2007

Uma Saída!


Meu bem que tristeza é essa que dominou seu coração?
Onde está aquele sorriso cristalino?
Apagou-se ou foi somente ilusão?

Não ouviu minha voz chamando?
O que o aflige tanto que faz com que esconda-se dentro de si?
Por que vejo seus olhos chorando?

Não consegue me responder?
Então esqueça as respostas e lute pela vida
Se passou por maus momentos, tente esquecer
Apague de sua memória a mágoa sofrida.

O quê? Sua vida acabou?
Não se desespere! Todo caminho tem uma saída!
Quanto menos esperar descobrirá que já a encontrou
E todo esse sofrimento desmanchará como neve derretida.

Autora: Bruxinhachellot
Quando desistimos de viver não é a morte em si que encontramos, mas sim um vazio interior mil vezes pior que a última viagem. Fechamos os olhos para o que acontece a nossa volta e ignoramos nossos amigos, parentes e a nós mesmos. Impomos uma barreira aos sentimentos, as sensações, à vida em si. O ser humano, por vezes frágil, não consegue enxergar que mesmo estando no fundo do poço, se desejar com fé, uma corda será jogada para o salvar. Devemos ouvir a voz que clama e deseja nos ajudar. Todo caminho tem uma entrada e uma saída e mesmo que esta não pareça visível, podemos abri-la com a foice de nossa insistência em encontrá-la. Se a saída encontrada não era a esperada, então transforme-a em algo desejado ou se arrisque a fazer parte dela, renascendo como um novo ser.
Por Bruxinhachellot

domingo, 8 de abril de 2007

Cuidado! Frágil!


Hoje me vi pensando na fragilidade de certas coisas. Muitos objetos cotidianos devem ser tocados com cuidado, senão podem quebrar e, em muitos casos não há cola que dê jeito. Mas não são somente os objetos que possuem tal fragilidade, os sentimentos, as palavras, os gestos, os sonhos também devem ser manuseados com o devido cuidado. Às vezes nos esquecemos de como usá-los e deixamos que se quebrem.
Será que sabemos cuidar de nossos sentimentos? Ponderamos nossas palavras para que elas não nos atinjam ou possam ferir a outrem? Somos carinhosos com nossos gestos de forma a torná-los agradáveis? E nossos sonhos? O que fazemos com eles?
O ser humano é fragil por natureza, no entanto temos consciência de que essa fragilidade pode ser controlada.
Nossa vida está em constante transformação e isso reflete-se em nossa personalidade, em nosso caráter e em nossa consciência. O mesmo tratamento que damos a um objeto frágil devemos dá-lo a nós mesmos.
Ser frágil não é demonstrar fraqueza, mas entender que também necessitamos de cuidados.
Por Bruxinhachellot.