Chocalho de palha e búzios onde ele detém os segredos da morte e da vida.
"Obaluaiê está ligado ao elemento terra, sendo detentor de seus segredos. Tem, também, ligação com as árvores e com os espíritos que as habitam. Ele é extremamente temido e respeitado, mas, ao mesmo tempo, é indispensável, com uma atuação muito grande dentro dos rituais do Candomblé. Todos o temem, por enviar as doenças, muitas vezes, como castigo ou como desígnios divinos para uma renovação da vida. Da mesma forma que ele traz as enfermidades (como lepra, peste, eczemas, varíola, malária, etc., que provocam alteração na temperatura corporal), traz também a cura para elas. Segundo as antigas lendas, Obaluaiê nasceu com o corpo todo coberto por chagas, que ficavam escondidas sob suas vestes de palha. Foi através da sua própria força interior que ele conseguiu curar-se e também desvendar os segredos das doenças que atingem os seres criados. Assim como Ossain, que usa as folhas para curar, Obaluaiê usa seu xaxará para limpar a Terra de todas as doenças e pragas. Esse orixá também tem um papel fundamental nos ebós realizados pelo Candomblé, que são rituais especificamente utilizados para afastar espíritos obsessores ou influências maléficas. Obaluaiê tem um grande poder sobre os eguns (espíritos desencarnados) e ancestrais, controlando-os com seu xaxará. Ele é um ser tão misterioso quanto a própria morte, com a qual tem uma íntima ligação. Conhece todos os seus segredos, sendo muitas vezes confundido com Ikú, o senhor da morte. Omulu é quem faz a limpeza do corpo logo após a morte, permitindo, assim, que as pessoas falecidas se desprendam desse plano de existência. Na África, ele é venerado e temido por seus desígnios, sendo considerado uma figura repressora e perigosa, que pode trazer facilmente a morte, mas, por outro lado, é o grande redentor de todas as mazelas que atingem os seres humanos."
"A Dança de Obaluaiê tem origem no culto ao orixá de mesmo nome, que faz parte do panteão do candomblé africano. Ao contrário das danças típicas da região amazônica, a Dança de Obaluaiê é uma manifestação cultural que existe em várias regiões do Brasil, tendo sido introduzida na Amazônia, e também nas demais regiões do país, no tempo do Brasil colonial. Hoje, não é tão comum ver esse tipo de apresentação em eventos folclóricos comuns. É mais facilmente encontrada em terreiros de camdomblé ou umbanda e também em centros de defesa da cultura afro-brasileira. É uma dança que pode ser encenada por homens ou mulheres.
Obaluaiê, orixá da morte que, segundo a mitologia africana, teria o corpo coberto de chagas, se apresenta nos terreiros de camdomblé envolto num manto de palha-da-costa que o cobre desde a cabeça, deixando que vejam apenas dos joelhos para baixo. Por isso, durante a dança, é assim também que os dançarinos se apresentam.
O início da apresentação é marcado por uma invocação ao orixá que é repetida por um grupo de músicos que formam um coro. No final da invocação, são apresentados seis orixás como parte da apresentação. Todos eles rendem homenagens a Obaluaiê. O acompanhamento musical é feito com instrumentos de pau, de corda e de sopro como: Curimbós, maracás, ganzáz, banjos, cacetes e flautas.
A vestimenta para essa dança é composta de uma saia de renda rodada que vai oculta por uma segunda saia feita de palha-da-costa com búzios adornando a pala. Cobrindo toda a cabeça do dançarino, vai uma espécie de terceira saia. A cabeça toda, inclusive o rosto, ficam completamente cobertos por esse acessório que se alonga até as coxas, cobrindo também boa parte do corpo. São usados também muitos colares e guias de contas, parecidas com as que são utilizadas pelas mães e pais de santo em trabalhos das religiões afro-brasileiras. A palha também é amarrada nos braços e pernas. Dança-se descalço."
O Brasil é tão grande, vasto e diversificado, que muitas coisas não são de conhecimento público de todos. Tento fazer minha parte colocando aqui alguns assuntos de cunho culturais. Espero que apreciem.
Fiquem bem.
Por Bruxinhachellot.
17 comentários:
Olá Amiga, adorei o teu texto!!!
Deixo-te um abraço de carinho e amizade.
Fernandinha
Não só nos rituais do candomblé, na umbanda, notadamente no ritual "almas e angola" ele também atua da forma que descreveu.
Pela minha parte, gostei muito de aumentar o meu conhecimento do Brasil através do teu post.
Tenho um desafio para si no meu blog.
Beijinho
FF
Sem dúvida que os orixás fazem parte da nossa cultura e a informação é relevante exatamente por isso. Gostei do post. Bom domingo.
Gostei imenso do texto e saber um pouco mais sobre os orixás...
Obrigada pela visita e desejo igualmente um Feliz Natal e Bom Ano 2008
Beijos e abraços
Marta
Olá Xará, eu tenho um fascínio dando pela cultura africana, de onde tiramos tanto para a nossa. Dos rituais, o que mais mexe comigo são os tambores. Cada célula do meu corpo vibra com eles. Não sabia sobre o corpo cheio de chagas.
Beijos e ótima semana!
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Muito interessante essa informação! Pouco sabemos sobre a nossa cultura que é riquíssima!
Beijos pra ti!
Uma estrela de um anjodeluz...*
Obrigado pelo comentário.
Feliz Natal
Deve ser linda a dança.
Beijos
Olá, vim agradecer o teu abraço e encontrei aqui informações muito interessantes. Não tenho muito conhecimento relativo a esses assuntos e faço gosto em saber de tudo um pouco. Se não te importares vou linkar-te, poderei assim, vir ler-te mais assiduamente. A descrição que fazes da dança é muito clara deve ser muito intensa a força da música e dos coros.
Bjs e tem um Bom Natal.
Excelente texto que nos dá a conhecer mais uma faceta dos usos e costumes dp povo Brasileiro, parabéns. Beijo grande.
Quando aqui entro aprendo sempre algo.
Feliz Nata e um próspero ano 2008
lendo seu post me dei conta que ainda não vi quem será o orixá do ano, você sabe?
beijos e boa semana, querida
MM.
ps: te achei em blogs amigos :o)
Atotô, Obaluiaiê!
Atotô, filho de Nanã!
Muito instrutivo o seu post. Eu conheço alguma coisa dos ritos africanos. Andei fazendo umas pesquisas. Uma vez, um pai-de-santo me disse que sou filho de Obaluaiê e de Nanã. Duas entidades da terra.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
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