"Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno, e calo, tão fino e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
O mal que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Mas oh! Do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito."
Autor: Gregório de Matos Guerra. Sonetos.
Peno, e calo, tão fino e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
O mal que fora encubro, ou que desminto,
Dentro no coração é que o sustento:
Com que para penar é sentimento,
Para não se entender, é labirinto.
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Da tempestade é o estrondo efeito:
Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Mas oh! Do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito."
Autor: Gregório de Matos Guerra. Sonetos.
Por hora estou a coletar informações sobre essa cultura maravilhosa que é a cultura Celta. Deixo-lhes um poema de meu escritor predileto, Gregório de Matos. Fiquem bem.
O título do post é meu, nada tendo a ver com o título do soneto de Gregório de Matos, mas tendo muito a ver com o poema e com a imagem.
O título do post é meu, nada tendo a ver com o título do soneto de Gregório de Matos, mas tendo muito a ver com o poema e com a imagem.
Por Bruxinhachellot.
18 comentários:
Bom final de semana***
Este soneto é muito bom.
Gostei, sinceramente.
O poeta não conheço, lamentavelmente.
Um abraço
Ual! O que? Gregório de Matos, O Boca Maldita, o baiano retado? Ah kkk sou fã dele viu fia? Você já leu o poema viu com ele escreve a Bahia com dois "FF" leia é demais!
Certamente você já ouviu falar do Pelourinho aqui em Salvador, não? Pois, saiba que era no Pelourinho que Gergório de Matos passava seu maior tempo escrevendo, vivendo na boêmia até ser deportada, a rua pincipal do Pelourinho é com o nome dele.
Na nossa cidade (Salvador) a Prefeitura mantém um projeto de poesias nas ruas com o nome "O Boca Maldita! Pois, era assim que ele era conhecido.
Aqui deixo a Poesia que ele fala da Bahia.
Gregório de Matos
Define a Sua Cidade
De dois ff se compõe
esta cidade a meu ver:
um furtar, outro foder.
Recopilou-se o direito,
e quem o recopilou
com dous ff o explicou
por estar feito, e bem feito:
por bem digesto, e colheito
só com dous ff o expõe,
e assim quem os olhos põe
no trato, que aqui se encerra,
há de dizer que esta terra
de dous ff se compõe.
Se de dous ff composta
está a nossa Bahia,
errada a ortografia,
a grande dano está posta:
eu quero fazer aposta
e quero um tostão perder,
que isso a há de perverter,
se o furtar e o foder bem
não são os ff que tem
esta cidade ao meu ver.
Provo a conjetura já,
prontamente como um brinco:
Bahia tem letras cinco
que são B-A-H-I-A:
logo ninguém me dirá
que dous ff chega a ter,
pois nenhum contém sequer,
salvo se em boa verdade
são os ff da cidade
um furtar, outro foder.
Gregório de Mato
Bjs,
O Sibarita
Gosto muito de Gregório de Matos em todas as suas fazes.
Este psoneto é muito triste, mas muito verdadeiro.
A mim também, no momento, serve, como luva.
beijos.
Como sempre...LINDO!
desejo-te uma excelente semana!
beijinhos
Um soneto genial! Parabéns pela escolha!
Jnhs
Já dizia Fernando Pessoa
"O poeta é um fingidor
Mente tão completamente
Que chega a fingir que é dor.
A dor que deveras sente."
Salve
O excelente Gregório de Matos... mata!
Abraços
Um grande poema, amiga Bruxa...agüardamos mais coisas celtas, então!
Lindo Poema. Jinhos
Tô vendo que vem coisa boa por aí. Do jeito que você tá estudando a cultura celta...
Abraço!
O soneto é muito bom, gostei de ler.
Cultura Celta?
Os Celtas andaram por aqui, mas eu sei pouquíssimo do assunto.
Quem sabe é a Micas (acoisadamicas.blogspot.com).
Beijinhos.
São tantas, as palavras, ditas ao deus dará, envoltas em doçura, amargas, alguém sempre as terá. São chicote, são terno, afago, são o sol da ilusão, são perversas ou vil loucura, são, o querer a contradição, não deixam marcas na areia...
Espero-te para um sortilégio de ternura
Doce beijo
Estou com problemas com o “servidor!”
Beijo azul
Voltarei breve!
BShell
Fez uma bela escolha querida. Aguardamos a continuação.
Passei para dizer olá...
Votos de um excelente fim de semana...Beijinhos
Estou aguardando as pesquisas, por enquanto o belo soneto que nos faz pensar quanto a nossos segredos mais íntimos... Beijo!
Belo poema. Você teve muito bom gosto em escolhê-lo. Continuo na expectativa por mais "aulas" sobre a mitologia celta. Carpe Diem.
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