sexta-feira, 31 de agosto de 2007

História de Amor Gaélicas II - A Infidelidade de Cuchulainn

Emer era a mais pura das donzelas, aquela que todos almejavam, mas que nunca retribuiu um olhar, enquanto Cuchulainn era um herói de batalhas vigoroso e destemido. Para Emer o homem com quem fosse casar deveria ter seu nome mencionado nas grandes façanhas de heróis.
Apesar de estar noivo de Emer, Cuchulainn não conseguiu manter-se fiel ao conhecer Fand, a mulher de Manannán que fora abandonada pelo Deus do mar. Fand era a mais bela mulher do Sídh (Shí - reino subterrâneo) onde Cuchulainn ficou hospedado por cerca de um mês. Ao retornar para a terra dos mortais, ele combinou com a deusa Fand um encontro em seu próprio território, junto ao teixo no promontório da praia de Baile. Mas Emer tomou conhecimento do encontro e partiu para lá com cinquenta criadas, cada uma armada de faca para matar a rival.
Cuchulainn, ao estilo de herói, não entendeu por que Emer não se alegrou com o fato de revezar-se com a outra que era linda e vinha de elevada raça dos deuses. Emer rendeu-se majestosa, não recusando a mulher que seu noivo desejava, pois entendia que "tudo o que é novo parece belo, e tudo o que é comum parece amargo, e tudo que não possuímos parece-nos desejável e que tudo que possuímos, menosprezamos".
O sofrimento de Emer o comoveu e então ele lhe disse que ela lhe era agradável e continuaria sendo enquanto ele vivesse. Fand por sua vez, percebendo a situação, disse que deveria ser ela a abandonada. Ela sabia o que era amar sem ser correspondida e resolveu renunciar a um amor que não era para ela. Manannán, Filho do Mar, ao saber do acontecido, lamentou ter abandonado Fand, sua amada e tornando-se invisível, menos para ela, pede-lhe perdão e Fand aceita.
Os druidas deram a Cuchulainn e Emer uma poção do esquecimento, para que Cuchulainn esquecesse seu amor por Fand e Emer seu ciúme.
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Fonte: Mitos e Lendas Celtas (Charles Squire)
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Essa é a parte final de Mitologia Celta.
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Por Bruxinhachellot

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Rosa e Sangue


Chama que arde. Teia que domina. Selvagem dança da noite. Rubra vertigem. Lembranças disformes. Abandono. Clamor mudo. Alma inerte. Instantes fugazes. Rodopios libertinos. Rajadas de frios sentimentos. Toque aveludado. Magia. Batimentos frenéticos. Cegueira submissa. Cálida insensatez. Fantasia. Abismo de ilusões. Palavras ocas. Sutilezas vazias. Suave frescor. Sórdido espinho. Loucura. Ferida insana. Despedaçada. Manchada de sangue. Rosa pisoteada. Foice perversa. Não mais sonho. Não mais amor. Não mais vida. Só vazio. Escuro. Nada.

Por Bruxinhachellot.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Boi-Bumbá ou Bumba-meu-Boi


A origem do Boi-Bumbá remete ao século XVIII, resultante das divergências e do relacionamento entre os escravos e os senhores nas Casas Grandes e Senzalas. Refletia as condições sociais de negros e índios.
A festa do Boi-Bumbá ou festa do Boi, tem sua origem no Nordeste do Brasil, onde derivou de outra dança típica, o Bumba-meu-Boi. A história do Boi-Bumbá é idêntica a do Bumba-meu-Boi, é uma espécie de ópera popular, cujo enredo desenvolve-se em torno da lenda do fazendeiro que tinha um boi de raça, muito bonito e querido. Em Parintins, no estado do Amazonas, as apresentações do boi desenvolvem-se com o enredo que conta a história do negro Francisco, funcionário da fazenda, cuja mulher Catirina estava grávida. Catirina teve o desejo de comer a língua do boi e com medo de que sua mulher perdesse o filho caso o desejo não fosse atendido, o negro Francisco resolve roubar e matar o boi preferido de seu patrão. O fazendeiro descobre e manda os índios caçarem o negro Francisco, que busca um pajé para ressuscitar o boi. O boi renasce e tudo vira uma grande festa.
O imaginário indígena e figuras religiosas como pajés e feiticeiros foram incorporados as tradições da festa. Por isso, durante o Festival Folclórico de Parintins, a cidade é chamada de "Ilha Tupinambarana" e os Bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul), se apresentam no Bumbódromo, uma espécie de Sambódromo (arena). A origem dos nomes dos bois, mais aceita, refere-se ao poeta Emídio Vieira e seu amor proibido pela mulher de Lindolfo Monteverde. Como não podia ter a mulher de Lindolfo, Emídio lançou um desafio ao outro: que ambos apresentassem seus bois todos os anos em um festival. Emílio: "Se cuide que este ano eu vou caprichar no meu boi"; Lindolfo: "Pois capriche no seu que eu garanto o meu". Assim nasceu o nome e a rivalidade aumentava a cada ano.
No Maranhão, o Bumba-meu-Boi consiste na brincadeira que faz dançar, cantar e tocar em volta de uma carcaça de boi bailante e um agregado de pessoas que se tratam por brincantes. A festa começa no mês de Março, após as arrecadações para a brincadeira, quando começam a montar as roupas e o próprio boi, sendo feito em fibra de buriti e seu couro de veludo revestido por missangas, e só termina após a morte do boi que geralmente é em Outubro.

Fontes: Wikipédia e http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/boibumba.htm

Por Bruxinhachellot.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Lua


A Lua não é Lua quando não é vista,
Porém é Lua, e Lua mais terrena e mais perfeita
quando fulgura, cheia, em pleno céu,
a dar-se toda no ato de brilhar,
a desfazer-se em luz por sobre todos.

Autor: Péricles Eugênio da Silva Ramos

Um brinde à Lua.

Fiquem bem.

Por Bruxinhachellot

domingo, 5 de agosto de 2007

A vida não é um conto de fadas


O mundo encantado pode estar em qualquer lugar. No entanto, muitos não o vêem, pois está revestido de cinza, manchado de vermelho e, sobretudo, ornado de sonhos perdidos. Como acreditar num mundo encantado, se o mundo é um profundo desencanto? O mundo encantado pode estar dentro de um casebre de tijolos ou debaixo de uma ponte? Pode estar na mesa mal servida ou no pão-duro jogado no chão? Pode estar num sinal, de mãos estendidas ou no empurra-empurra de uma caixa apinhada de corações palpitantes? Pode estar na rodoviária nauseada onde fluxos migram a todo instante? Pode estar na migalha recebida no fim do mês ou na esmola jogada a esmo sem reconhecer rosto ou pronunciar palavra? Pode estar nas injustiças cometidas pelos representantes legais da nação ou nas promessas vazias de significado e impregnadas de corrupção? O mundo encantado pode estar na mão que carrega a dizimação dos inocentes ou no corpo dos ignorantes? Pode estar na esquina com uma bolsinha ou na bala perdida e desatenta? Uma blasfêmia pode conter um mundo encantado se proferida às avessas? Se não há castelos, carruagens, sapato de cristal, príncipes e princesas, então há a esperança, a confiança, a luta por melhores dias, o trabalho, o amor, a união e a fé. Salvo o desapego, a desconfiança, o suicídio, a ladroagem, o ódio, a violência e o escárnio. Em um mundo encantado não há heróis e vilões?

"A vida não é um conto de fadas mas podemos acreditar nela enquanto o sempre existir."

Autora: Bruxinhachellot.

Fiquem bem.

Por Bruxinhachellot.